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domingo, 4 de julho de 2010

NOSSOS OSSOS


Quando me avisto
- ocluso e escuro -
polindo impávido
tua prata e teu ouro
fico a pensar se a espécie
de porcelana fina
com que me modelaram
não foi a feita com a cinza
de meus ossos
que o tempo exumou.

Quando me desespero
- recluso e confuso -
apalpando pávido
minhas vias e minhas veias
descubro a espécie de amor
com que me forjaste:
- Aquele, cheio de afetos,
feito com a lágrima
que te lavou e me levou
a morrer de saudades
quando morreste tu
de amor por mim.

Partiste tão sem demora
que nem pude eu fazer
das cinzas de teus ossos
a porcelana única e alva
para fundir-te altar
onde eu queria ver
entronizado meu amor por ti
- meu imorredouro amor por ti -
no supremo sacrário
de nossas rendições.

Oswaldo Antônio Begiato

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