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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

CONTO TIC-TAC




Aquela mulher, seguia seus dias na cidade
tão gde e fria.
Tão cheia de massas, vazia de pessoas...
e cores tantas, mas q já não lhe roubavam a atenção,
pois, todos seus sentidos
haviam se perdido, se focaram
no tic-tac...
que era o tempo a chamando com pressa, aos compromissos
impostos e assumidos.
Dizia como sua mãe, ao impor-lhe deveres, qdo ainda menina,
com menos ternura e complacência é claro.
_ Bem assim, num grito dizia:
_corra, criança!
Sabia seus caminhos,
conhecendo as sensações q cada dobra d esquina lhe causaria,
pois, já tinha d'cór
à rotina de cada uma delas,
com horário marcado e passos sincronizados
o suficiente, pra não estar mais à vontade, com o próprio relógio.
Peça esta, q até bonita seria,
não fosse ela, usada de forma tão evasiva,
tirando-lhe a opção de escolhas e o gôzo da vida.
Fora por x, ladrão de seus reais amores, paixões e sonhos, q permitia ela, sabe Deus pq,
•... pq apenas olhava,enquanto o sonho lhe era arrancado com tanta estupidez,
a estupidez,não apenas do sistema,mas tbm o de sua omissão,
em não preservar sua real essência.
_Pois, se deixava seduzir, pela luxúria tão cara,
pagando cada centavo,
com o tic-tac do relógio caro, em seu pulso pequeno.
Por escolhas, erradas e ingênuas,
por situações maquiadas; desvirtuou-se então, dobrando e guardando na gaveta o sonho q era bom,
na ilusão d pegar depois, qdo não houvesse mais tempo,
ou ânimo suficiente...
Onde, o próprio ponteiro, marcador do tempo perdido, lhe contaria com frieza e objetividade,
quão mal sucedida fora na escolha tomada.
Dando-lhe as sobras do q restara,
guardadas num pequeno embrulho sobreposto ali,
envoltos em papel rústico, amarrados com barbante grosseiro,
apenas um espírito surrado,
velhinho, com fôlego cansado e desanimado.
...Tempo; tempo...
ladrão de tantos
sonhos sonhados e derrubados,
aqueles "guardados finos", da'lma e
embalados em 'papel manteiga',
que era compatível
a delicadeza
de seu coração
e leveza de seus sonhos
q agora pesam
pois, mto deles
estão já perdidos.
Obrigou-se a desenvolver
sua própria coreografia,
um balé frenético, contemporâneo, quase lunático.
Fazendo uso do ponteiro
que lhe servia de bússola,
sendo que, o q mais ajuntava com tudo isso,
era falta d tempo,
onde o tempo, de ter 'sempre' pressa,
era o q + lhe ocorria.
Apesar de tantos falsos confortos e ilusórias mordomias,
q o corre ,corre
filho do capitalismo lhe trazia.
Recheados d mentiras macias e vazias, afirmando-lhe q tudo estava bem.
Por isso, seus passos lembravam a saltos ensaios, de uma quase dança q não conhecia,
onde, o ponteiro indicador, seu assíduo coreógrafo do tempo, lhe ensinou com altivez.
Atravessando já, com as pontas dos pés,
-dançarina e professor,
a linha do limite,entre o bem e o mal,tirando quase seu equilíbrio,
apagando de x seu brilho...
Coluna de sustentação d seu emocional e encanto pela vida.
Abalado já, a capacidade real de seu corpo frágil, mente ágil e sentimentos tão delicados,
feito renda de algodão macio, agora pisado e amassado, pela loucura q fizeram do próprio tempo,
reage, se rebela enfim...
_Recolhe pra si, de volta sua casa de vidros, q é onde guarda seu espírito...
jogando fora agora, o relógio tão caro,
mandando antes, o ponteiro, junto com sua extrema vaidade,
todos os dois, juntos à merda.
Hj se veste de simplicidade, trabalha pelo pão do dia,
salvando é claro, alguns gracejos e peq. luxos,
q são seus mimos,
sendo estes:
_ 'Poesia'.. Açúcar do dia,...'música boa', pra q sua alma dance enquanto pensa..
-'amigos' conselheiros q lhe ajudem a perceber o caminho; e claro, seus 'livros'alimento de sua sabedoria.
Fugiu da selva de pedra, vai ali, só o tempo q precisa.
Hj, desperta com sol morninho,
o mesmo q sempre existirá, mas q mal percebia,
envolta a lençol branquinho de puro linho
fala com Deus baixinho,
melhor diálogo pra se ter...
Desperta com tempo pra espicha esqueleto,
feito gato preguiçoso espreguiça...
ou menina manhosa, q rola de lá pra cá,
de cá pra lá
antes de se leva
Hj, desperta com sol morninho,
o mesmo q sempre existirá, mas q mal percebia,
envolta a lençol branquinho de puro linho
fala com Deus baixinho,
melhor diálogo pra se ter...
Desperta com tempo pra espicha esqueleto,
feito gato preguiçoso espreguiça...
ou menina manhosa, q rola de lá pra cá,
de cá pra lá
antes de se levantar.
Seu café agora acontece, tomado na tão sonhada varanda, olhando pro horizonte,
enquanto come uma fatia do pão da preguiça,
feito daqueles momentos nobres q se permite...
onde começa o sonho e a poesia aparece sorrindo dizendo bom dia!

Keila Mari

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