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terça-feira, 10 de agosto de 2010

DE AMANTES



Sinto pena do amante
não daquele
que se arvora do corpo
mas deste
que é devorado pela alma

Pobre amante ...
diamante lapidado
pela febre de eternidade

O vulcão eruptivo
abrupto
abraçado ao sentido
corruptor do senso

A represa partida
que faz da água que revigora
a mesma água intensa que afoga

Dói mais a dor
da flor que espeta
- não falo de espinhos
mas de pétalas
cortantes de seda!

Estrelas de manteiga
que se desfazem
ao calor da entrega
da própria luz que carrega

Sinto pena profunda dos amantes
que entre lágrimas e gozo
perpetuam seus instantes

num jogo desleal
de paixão incontida
em que o arrojo mortal
é tentar viver mais
que a própria vida


Mauro Veras

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