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quarta-feira, 21 de abril de 2010

INUTILMENTE


Há de ser desta vez... Dir-lhe-ei contente
todo este amor que no meu Ser se abriga,
e tomando-lhe as mãos bem docemente
relembrarei a nossa infância antiga...

E a dúvida que guardo e que a alma sente
hei de acabar dizendo:- "minha amiga,
quero, ouvi-la afinal sinceramente
sem recear ferir com que me diga..."

Penso assim... E, no entanto, quantas vezes
têm-a encontrando, e inutilmente os meses
e os anos vão passando entre nós dois...

Basta vê-la e em minha alma acovardada,
- já não sei nada, nem me lembro nada
e deixo tudo pra dizer depois!

J.G de Araújo Jorge

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