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quarta-feira, 16 de junho de 2010

MÃE LAVADEIRA



...e bate... E bate a roupa a lavadeira
Por cada peça dão-lhe apenas um Real
E as peças vão formando u’a montoeira,
De tons e cores pela corda do varal.

E bate...e bate...e bate uma canseira,
De outro dia, tão difícil, tão igual
E as peças vão formando na esteira,
Multinuances d'algum quadro surreal.

E quando lá pelo final do dia,
O assovio de uma triste melodia
Como em milagre o seu peito ainda arranque.

Ela então pensa se há pão pra sua prole,
Nesta hora uma lágrima talvez role
...e eleva o nível da água que há no tanque!

Jenário de Fátima



MINHA MÃE, A LAVADEIRA

Fechei os olhos, a ouvir o bate...bate...
Em minha cama dormindo, tão quentinho.
Minha mãe há horas enfrentava o tanque
“merecia eu, ficar recolhidinho?”

Levantei e resolvi que a minha mãe,
Estava cansada de tanto trabalhar!
Saí então pelas ruas da favela,
Indo à cidade resolvido a mendigar...

Estendi a mãozinha suja de poeira,
Pés descalços, doridos pelo caminhar...
Alguns passavam, sem nem pra mim olhar,

Outros com pena, na minha mãozinha,
Puseram uma pequena moedinha...
Que levei para minha mãe, a lavadeira!

Mírian Warttusc

Direitos garantidos pela FBN

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