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terça-feira, 23 de março de 2010

SONETO DE AMOR MAIOR




Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.


Vinicius de Moraes

2 comentários:

ADRIANA LEAL disse...

ESSE É UM DO SONETO MAIS LINDO!
SÃO AS PALAVAS QUE NÃO ESQUECEMOS...
O AMOR VERDADEIRO!
REFINADA ESCOLHAS AMIGA DE SEUS POEMAS... E PARABÉNS POR TRAZER O DE MELHOR PARA NOSSO CANTINHO....
BEIJOS ETERNOS!
ADRIANA lEAL

Sonia Parmigiano disse...

Maria querida!!!

Que maravilha poder ver a sua participação tão linda nessa iniciativa de Adriana, com parceria do meu não menos querido Hernane!!

Parabéns!Amo esse Soneto, um grande clássico, principalmente esse fragmento:

(...)Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo(...)

Um grande beijo!!

Reggina Moon