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quarta-feira, 3 de março de 2010

“Posseiro de mim”












Quando me olha assim, prometendo beijos.
E mãos decididas me seguram sem defesa
Peregrinamos pelas alamedas dos desejos
E o abraço premeditado, só me põe acesa.

O murmúrio da voz rouca ecoa nos ouvidos
Fazendo nas entranhas voejar as borboletas
Quando os lábios se alastram no colo desnudo
Inconfessáveis delicias moldam nossas silhuetas

É um fascínio que invade veemente meu juízo
Ofegantes, nosso silencio fala, eloqüente e conciso.
Alagando meus poros tua fragrância me inebria

Os recônditos de mim já contavam nossa historia
E cada célula do meu corpo conhecia a trajetória
Esperava-o, posseiro de mim, que breve chegaria.

Glória Salles
23 outubro 2009
15h53min

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