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quinta-feira, 20 de maio de 2010

A REVANCHE



A cara do Tempo de frente,
É de poucos amigos:
Nublada, pesada e contida,
Pra não soltar sua ira...

Ainda...

Olhando de perfil,
A cara do Tempo me diz,
Ter chegado o momento de mudar,
Sob pena de tudo acabar...

Sem Vida.

Não queria a Cara do Tempo,
Sem o frescor das plantações,
Sem o azul e o branco do Céu,
Sem o verde transparente do mar...

Ah! Saudades do Mar...

Queria a poeira das estrelas,
Visível pelos raios de sol,
Ou em noites de lua cheia...

Casas sem paredes e sem telhas...

Não queria o pó da poeira,
Revolta da terra nua e em chagas,
A bailar sobre a mesa...

Areia...

A Cara do Tempo não nega,
E por mais que se segure,
Um dia ela nos pega...

E a revanche acontece.
*********

Publicado no Recanto das Letras em 03/12/2009
Código do texto: T1958013

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